Verbalize-se!

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Relacionamento do Homem com o Espírito Santo




"Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." Romanos 8:1,2

     A maior descoberta e maior trunfo na vida de um cristão é o conhecimento de uma nova vida: Uma vida espiritual.


     Através dela desenvolvemos a nossa capacidade de discernir os valores físicos perecíveis dos valores efetivos, realizados pelos propósitos de Deus em nossa existência, por meio de nossa capacidade de criar, desenvolver idéias que nos traz a verdadeira percepção de um relacionamento concreto com o Criador.


     Sem essa espiritualidade, o ser humano permanece cativo aos fundamentos de espaço, matéria e tempo, do qual restringe à atuação do princípio de que a natureza material se encontra no contínuo processo de desapropriação daquilo que podemos ver ou sentir, do qual é irreversível de acordo com a expansão do universo.


     É como se optássemos em  nos deslocar por meio de cadeiras de rodas e não tivéssemos conhecimento de nossas pernas por um longo tempo e de repente, quiséssemos levantar da cadeira  porém não conseguindo mais andar. Essa seria uma definição comparativa da ausência de espiritualidade, pois a falta de nos alimentarmos do espírito por meio da meditação dessas idéias, em forma das palavras anunciadas por Deus e a ação mediante à essas verdades, nos conduzem a perecer pela eternidade, assim que déssemos conta da ausência de nosso corpo.

     A espiritualidade não está relacionada ao transcedentalismo oriental, nem de propostas para a alma do homem, pois é algo que não se trata da mesma coisa: a alma é o pleno consumo do individuo por meio de nosso corpo, o espírito é o pleno consumo do ser por meio do nosso entendimento e consciência. Dessa forma animais não possuem o espírito concebido ao homem, dotado de imagem e semelhança.

     Assim podemos dizer que somos cohabitantes do Espírito Santo de Deus que mantém o nosso espírito em afinidade com o Criador diante do mundo real.


  Os gemidos inexprimíveis do Espírito Santo:

"Apesar de vivermos em sintonia com o Espírito, isso não nos livra dos sofrimentos inerentes à vida. Entretanto o cristão deve saber que um futuro glorioso o aguarda.

   "Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo". Romanos 8:22,23

     Na vida o crente, deve-se saber esperar pelo glorioso futuro pacientemente (8:24,25). Mas você não estará sozinho. Se a espera for difícil, lembre que "o Espírito ajuda nas nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos." (Ro. 8:26-27).







      Ás vezes, quando o sofrimento é grande e profundo, as palavras não conseguem corretamente exprimi-lo. Mas isso não é motivo de preocupação pois o Espírito intercede por nós (Ro 8.26).

      Contudo, o nosso relacionamento com o Espírito Santo de Deus não está necessariamente inerente a um suposto revestimento de autoridade extra, atribuído aos que costumam praticar ou testificar fenômenos sobrenaturais por parte dele, pois apesar de sermos sujeitos à experiências diversas e adversas com o plano espiritual, nem sempre tal premissa possui uma legítima ligação com o Espírito Santo propriamente dito.


      Durante o fenômeno do dia pentecostes que marcava os 50 dias após a celebração da Páscoa, descrito na Bíblia em Atos 2:1-4, os judeus dispersos ao longo do tempo, oriundos de várias nações, tiveram a experiência singular de receber a capacidade de falar em línguas estrangeiras, como poder sobrenatural de Deus. Tal fenômeno foi responsável por selar uma união espiritual jamais vista, após o incidente da Torre de Babel atribuído aos descendentes de Noé, descrito em Gênesis 11:1-9, gerando a divisão do povo por meio da variedade de línguas terrenas. Esse acontecimento entretanto, não está obrigatoriamente ligado com a profecia dos dons espirituais, mencionado em 1 Coríntios 12:4-11.


"Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; A outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; A outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer ". 1 Coríntios 12:4-11


    Partindo como referência o tal versículo, tal premissa não se trata do fenômeno conferido em Atos 2 e sim na diversidade de dons concebidos por Deus, no intuito de aplicar tais virtudes em nossa santidade instrutiva, em espírito de comunhão com o SENHOR, em ocasiões determinadas, independente do contexto paranormal ou prodigioso que ele possa ser aplicado ou interpretado.


     Ainda que alguns dos dons conferidos por Deus, muitas vezes sejam distintos dos padrões normais de uma sociedade secular, muitas dessas manifestações referidas como experiências miraculosas e de extremo efeito foram condenadas por Paulo à igreja de Corinto, descrito em  pelo seu excessivo vigor contextual e restrito, gerando dispersões e divisões no corpo congregacional. Além disso testificou-se ali, contendas e incoerência com os rituais normalmente reverenciados por todos os membros da igreja. Tais prática eram sujeitas ao uso da glossolalia (ciência psiquiátrica que estuda o expressar-se em uma língua por ele desconhecida e demais comportamentos relacionados) em um contingente de pessoas que buscavam um aprimoramento interespiritual alheio à suas eventualidades. Tal procedência na prática da glossolalia, ou seja a pronúncia de sons vocálicos ininteligíveis, como ligação espiritual particular, vai  muito além da comunhão com o Espírito Santo  e abrange  muitas outras religiões presentes ao longo da história (budismo, hinduísmo, islamismo, etc.) e estão presentes em diversos rituais e seitas afins.




  “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?”
1 Coríntios 14:20-23


    “Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. Falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados; pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos”
1 Coríntios 14:27-33


       Leia-se que os dons espirituais indiferentes de línguas ou profecias devem ser algo restrito às tais condições citadas nos versículos, aplicando-se a todos os participantes de um corpo congregacional e não de um grupo exclusivo e de um contexto específico.




      Sinais de uma vida com o Espírito Santo:

       Viver com Deus é viver com o Espírito em sintonia com a sua vontade, dirigindo, testificando o que agrada a Deus ou não. No mais, a vida pode ter momentos de dores e tristeza, mas confiando na vitória sobre as dificuldades, ainda que demore, Deus é fiel e nunca nos desamparará  (Revista Atitude Aluno, Maio 2010)


       Apesar da grande diversidade que o Espírito Santo de Deus nos proporciona ao relacionarmos com Ele, existem indicadores comuns e cotidianos que evidenciam uma vida de plena aliança com o mesmo ou não.


        Quando se tem uma vida cheia do Espírito:


·         O Fruto do Espírito faz parte de nosso comportamento (Gálatas 5:22-2);

·         O nosso relacionamento com o Espírito Santo é íntimo, revelando desejos de nosso coração segundo aquilo que está proposto a todos nas Escrituras e repercute em nossa comunhão e amor com os demais, sem restrições e dissoluções (1 Coríntios 13:1-3);

·         Os Dons do Espírito se manifestam diante de nós em obediência, como característica de nosso relacionamento com Deus e sobretudo pelo nosso conhecimento bíblico (1 Corintios 12 );

·         Há uma busca contínua de discernimento, levando-nos a instrução e distinção das coisas que não estão fundamentadas na palavra (2 Timóteo 3:16,17);

·         O cristão está sujeito e submisso não só à autoridade de Deus, mas aos líderes e pastores que compõe a sua congregação, e aos líderes de seu estabelecimento dos quais o próprio Deus concedeu autoridade (Tito 3:1,  Atos 20:28-31; 1 Coríntios 14:29; 1 Timóteo 4:1-6, 1 Tessalonicenses 5:12).


Quando não se tem uma vida cheia do Espírito:

·         Adota-se uma relação de amor e ódio pelo evangelho, por Deus e pelo estilo de vida em santidade (João 15:19, Efésios 4:25-32);

·          Há sempre uma insegurança da salvação e do seu chamado sem ao menos tomar uma postura diante do que Deus oferece. Diante disso, busca revelações de caráter extrabíblicos ou suplementares que garantam confirmações que vão além da razão pessoal (1João4:6, Salmos 32:2);    

·         Adorna-se a uma autoridade espiritual a um nível acima dos demais na igreja, revestindo-se de poderes sobrenaturais de profecias e revelações restritas a um grupo seleto e exclusivista de conveniência social. (Ezequiel 13:3, Marcos 13:22, 1Coríntios 14:20-23, Deuteronômio 18:9-12);

·         Pessoas são facilmente influenciadas por um grupo religioso onde se deseja inclusão e reconhecimento dos demais (Salmos 1:1, Lucas 21:8, Mateus 24:23);

·         Encontra-se constantemente em rebelião com a política da igreja, violando conceitos relacionados a uma ordem comum a práticas de comportamento e conduta (Deuteronômios 17:3, 1Samuel 15:23) ;

·         Não se aceita um crescimento pessoal gradual, violando etapas no seu processo de maturidade, aceitando qualquer pretexto externo de capacitação e orientação, a partir daquilo que lhe parece mais razoável ou atrativo.(Eclesiastes 3:1-9, Filipenses 2:3, 1Coríntios 3:1-7, Provérbios 18:2).

        Portanto irmãos em Cristo, devemos nos conscientizar que nossa vida espiritual vai muito além do ritual de socialização na igreja e estar em contínua atualização das atividades ligadas ao que uma comunidade pode oferecer a despeito dos seus recursos e formas de aproximação do contigente congregacional. Abrange muito mais do que introduzir-se ao meio de aceitação, mas desenvolver tal contexto espiritual em nosso cotidiano, para alcançar a real realização de uma vida de abundância. Tal espiritualidade deve ser capaz de integrar-se ao corpo de Cristo, independente da forma que Ele se manifesta em nossa casa, em nosso ócio ou ambiente social.


   Christiano Lins

terça-feira, 3 de julho de 2012

O Livro de Josué





     Josué era chamado originalmente de Oséias (Nm 13.8; Dt 32.44), entretanto, seu nome fora mudado por Moisés em Cades (Nm 13.16). Oséias significa “salvação”, todavia, seguindo a prática hebreia e semítica de mudar o nome a fim de ratificar a mudança de posição ou destino, Moisés, influenciado pelo Espírito de Deus, muda o nome do primogênito da tribo de Efraim para Yehōshuāh. Com a mudança do nome, altera-se também a função e a responsabilidade do indivíduo diante do Senhor e do povo israelita.
     O Livro de Josué descreve a conquista e a divisão da terra de Canaã, tendo como background as características corruptas e brutais da religião canaanita, claramente retratada nos tabletes de Ras Shamra . Prostituição de ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram alguns dos pecados em função dos quais Deus ordenou aos israelitas a destruição completa dos habitantes de Canaã.

     A história contida revela a fidelidade do Senhor como Deus da Aliança (Js 1.2,6), pois cumpriu o segundo aspecto da aliança abraâmica: a ocupação da terra de Canaã.



      Cristo Revelado
      Cristo é revelado no Livro de Josué de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza.
Em Js 5.13-15, o Deus Triuno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR”. Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa de Josué, bem como nossa, seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe. Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um modelo de Cristo. Seu nome, que significa ”Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como Cristo nos leva à possessão da vida eterna. O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (Js 2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz. 
O pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte.

      Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus” (Js 23.14). Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto e levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a Promessa.

       Batalhas lideradas por Josué
      ·         A Batalha de Jericó

·         A Batalha de Ai e Betel
      ·         A Batalha de Gibeão

·         Maquedá
      ·         A Conquista das Cidades do Sul (Libna, Laquis, Eglom, Hebrom, Debir, Neguebe, Sefelá)
      ·         A Conquista das Cidades do Norte (Hazor, Madom, Sinrom, Acsafe, Arabá, Sefelá, Nafote-Dor, Baal-Gaade).


Planta batizada de "Árvore de Josué" por apresentar galhos elevados ao céu,
como braços estendidos em direção a Deus


      O Espírito Santo em Ação
      Uma tendência constante da obra do ES flui através do Livro de Js. Inicialmente, sua presença surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa de seu Espírito sempre presente.

       O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué, bem como no AT, era a salvação de Israel, pois, foi através dessa nação que Deus escolheu salvar o mundo (Is 63.7-9)
       Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em Josué. A obra do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (Js1.5). O Espírito Santo está comprometido a realizar a tarefa, independentemente de quanto tempo demore. Sua presença contínua é necessária para o sucesso do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares” (Js1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a completar a tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros (Js 6.20). A vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (Js 10.12,13). Nenhuma obra de Deus, seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do Espírito.
      A Despedida e Morte de Josué
      Passado muito tempo depois que o SENHOR concedeu descanso a Israel de seus inimigos, Josué, com idade avançada convoca líderes, juízes e oficiais das promessas cumpridas por Deus mediante ao povo (Js 24:14,15). Reuniu também todas as tribos em Siquém (Js 24). Quando Josué tinha cento e um anos de idade, morreu e foi sepultado na terra que tinha recebido por herança em Timnate-Sera, nos montes de Efrain, ao norte de Gaás. Israel serviu ao SENHOR durante toda vida de Josué e dos líderes que lhe sobreviveram e que sabiam de tudo o que o SENHOR fizera em favor de Israel.


      BIBLIOGRAFIA:


·         http://www.vivos.com.br/91.htm

·         Lucado, Max/ Frazee, Randy. A História. Editora Sextante.