Verbalize-se!

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Customizando a Minha Fé


    "Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como tal, nem lhe deram graças, antes seus discursos se desvaneceram e o coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, honrando e servindo mais a criatura do que o Criador, bendito eternamente". Romanos 1:21-25.

    Só existe Fé real por meio de um real fundamento. Cada um impõe aquilo que mais lhe convém e define como tal, porém o que cega a fé é o ócio de produzir algo visando saciar seus próprios parâmetros.

     É semelhante ao querer colher morango no campo de milho... isso não existe. Assim como a Religião é um cárcere que aprisiona as pessoas de uma fé imaginária, distorcendo preceitos de forma a carecer de valores concretos sobre o que realmente pode se estimar por meio dela.

     Assim, sucedeu-se tal aspecto desde o período da Roma Antiga por meio das readaptações sobre o legado deixado por Cristo à humanidade, transformando-a em peças chaves para a difusão da idolatria entre os dogmas sociais da aristocracia. Tal conceito segue perdurando sobre nossos dias por meio do modelo construído pela democracia norte-americana de manipulação dos preceitos semitistas, ornamentando a crosta doutrinária que envolve o legado imperialista, do qual está fundamentado todo regimento de seus valores como nação dominante. Dessa forma a aparente prosperidade proferida à nação "genuínamente cristã" deferente ao seu poder diante do destino da humanidade, serve hoje tragicamente de suporte ético sobre os conceitos atribuídos aos que difundem os fundamentos sociais do evangelho de um mundo mercantilista.



      No obstante, esse referencial se estende ao determinismo formulado pela praticidade de alcançar realizações que estajam voltadas para os nossos próprios atrativos, firmados por supostas promessas bíblicas. Tudo está condicionado à articulação de metas em se alcançar o que se espera em templos originários da obra humana. É por meio dessa fonte inesgotável de saciação e apreciação massiva de fiéis ao mais puro excremento da vaidade carnal é que se prossegue rendendo divisões nas igrejas e estipulando propósitos vigentes a uma sociedade restritamente conceituada ao que se pode ofertar em troca da sua própria crença.

     "Há uma explícita confusão sendo aplicada há séculos que se adapta bem ao capitalismo atual, talvez propositalmente. Conquistar seu estado sagrado tornou-se simples: entregue a sua vida, seu discernimento, sua consciência e o que estiver em seus bolsos para a igreja e Deus sorrirá pra você!"(Fonte: http://www.artigonal.com/meditacao-artigos/religiosidade-espiritualidade )

      Tal conceito é visível na forma como as igrejas no Brasil estão configuradas. Diante de tantos miseráveis, congregações delimitam fisicamente seus espaços, especulando a fé restrita aos que possuem algo a investir, ainda que o templo se manifeste de dentro pra fora do âmago de seus interesses e peculiaridades. Por outro lado, despejando os que não se encaixam no perfil social de sua universalidade congregacional forjada e sitiando a segurança de seus fiéis contra os que ameaçam sua comunhão privada. Isso gera as mesmas disparidades sociais, assim como alianças corporativas semelhantes a um governo despótico que estimula cada vez mais a própria marginalização da maior parte entre as classes brasileiras.




      Por meio dessa realidade permanente, percebemos o quanto é difícil nos sujeitarmos ao verdadeiro sentido de uma crença longâmina que nos remita perceber propósitos por trás de tais aspectos tão inerentes ao que projetamos e retemos para si. Isso nos faz acreditar que por meio de nossa distinção, podemos regrar o sentido da vida e testificar a veracidade do cristianismo. Por conta dos anseios por nós praticados em digerir causas nobres particulares, desprezamos conteúdos que requer destituir-se dos atributos pessoais, sacramentando-se a viver em função de um senso de coletividade e vínculo íntimo com os demais, de forma a romper o estigma faccional deixado pelo pecado em nossa essência.

     "Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão". 2Colossenses 18


        

      Exercer a fé vai muito mais além que acumular méritos de apreciação por nossas preferências. Significa exonerar-se de qualquer tendência que nos leve a carregar propostas que nos sirvam de finalidade para o campo pessoal. É restituir a consciência de que vivemos como extenção dos desígnos de Deus ao empregarmos o bom exercício de requerer a dependência e total controle de um Criador, ao invés de perecermos em nosso idealismo passional. Isso evita de seguirmos providenciando a nossa felicidade e satisfação privada por vias sacramentadas e rituais exotéricos.

      Deus não se deixa compactuar com diligências que o leve a ser subordinado por causas egocêntricas, nem pretenções oriundas do consenso humano. Ele nos atenta a reconhecer a magnitude estabelecida por seus princípios, entretanto não nos convém desejar delimitá-las. Antes, entender que toda e qualquer obra sua visa edificar o seu Corpo que somos nós. É assim por onde se opera resultados perante uma só coexistência com a natureza universal de sua benevolência, cabendo a nós conhecê-la de forma íntegra.


      Somente esvaziando-se de causas pré-condicionadas à natureza do ego individual e priorizando uma vida de valores coletivos é que poderemos testificar a graça de sua equidade soberana, de forma a conciliar parâmetros da vida sobre um justo modelo de plena abundância e significado real para uma existência saudável.

Christiano Lins

Um comentário:

  1. Achei uma mensagem bastante densa de informações mas retrata bem a realidade das congregações atualmente. Muitas delas eu tinha idéia formada mas não tinha parado pra pensar o agravante gerado nesse sentido. Infelizmente é a nossa tendência.

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