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terça-feira, 19 de abril de 2011

Dissecando o livro "Uma Vida com Propósitos" de Rick Warren


WARREN, Rick. Uma vida com propósitos: você não está aqui por acaso. São Paulo: Vida, 2003. 294 p.
 Rick Warren, pastor da Igreja de Saddleback, na Califórnia, é também o autor do livro “Uma Vida com Propósitos”, em que ele volta a sua atenção para as pessoas comuns. Desde o seu lançamento, em 2002, milhares de igrejas, usaram o livro, literalmente, ou o têm usado, em uma campanha devocional denominada “40 Dias com Propósito”.
  "R. Warren pode ser um pastor cristão sincero, e seu livro realmente tem algumas das verdades práticas para os crentes, hoje. Porém, embora com alguns aspectos positivos, este livro é promovido como uma viagem espiritual, portanto, deve ser analisado olhado com extrema cautela, à luz das escrituras. Rick Warren tira a Escritura de seu contexto para fortalecer suas idéias ou parecer mais persuasivo. Fica claro, portanto,  que como qualquer livro humano, Uma vida com Propósitos não é perfeito. Contudo, sua enorme popularidade lhe tem conferido uma posição de influência que obras humanas raramente desfrutam. Esta proeminência é especialmente significativa, porque o livro pretende oferecer, aos seus leitores, a própria razão da existência. Na concepção de vários estudiosos renomados, há uma regra básica de interpretação que diz “um texto não pode significar para nós o que não significou para os ouvintes originais”. O que significa que, antes de contextualizarmos um texto nas Sagradas Escrituras, precisamos, primeiro, analisar o contexto em que foram escritos, o que o escritor queria dizer aos primeiros ouvintes, aos quais foram direcionadas suas palavras".*

  Concordo com o fato que devemos focar na qualidade que o livro dispõe em tratar assuntos mencionados por ele segundo um conteúdo instrutivo para ser viabilizado em função do corpo de Cristo.Contudo o que me chama atenção é a forma do qual ele configura verdades bíblicas num padrão bastante peculiar de forma a usar a sua própria obra, disponibilizar o seu trabalho para formular até mesmo, um novo conceito de eclesia, assim como ele tem experimentado na sua igreja e nas demais congregações credenciadas pelo seu projeto. É de grande relevância levar a tona questões mencionadas por ele, o que dá uma acesso de se discutir cristianismo em muitas outras pespectivas. Todavia mesmo assim, acho o seu livro, um conteúdo muito direcionado a perspectivas pessoais de se conquistar um público estrategicamente condicionado a uma demanda de seguidores de suas próprias literaturas.




  Algo que me vem à mente é que o fato de se traduzir o evangelho perante uma nova linguagem, dentro de um contexto anteriormente vivido e experimentado é algo louvável, porém formatar idéias originalmente pessoais de modo a estabelecer parâmetros dos quais nunca se teve conhecimento ou nunca ter sido apresentado com base em experiências ao longo dos 2000 anos de cristianismo é algo questionável.


   Em seu livro, ele faz uso da idéia de que Deus tem propósitos específicos pra cada um individualmente, gravitando tal informação verdadeira em tópicos precisamente induzidos a temas pertinentes ao que é interessante para a desenvoltura do seu processo de reinstrução das pessoas envolvidas em suas campanhas. Pode ser algo positivo, mas ele costuma usar isso como escopo para desdobrar assuntos que podem comprometer a visão do leitor em casos específicos, caso não se faz uso de uma boa formação das escrituras bíblicas. 


   Além disso, Rick Warren disponibiliza o uso de 15 traduções diferentes, no que segundo ele, "por melhor que seja uma tradução, ela tem limitações". Tal prática é legalmente utilizada a partir do princípio que todas elas não só podem ser exploradas, mas sobretudo, devem estar bem integradas entre si como o contexto original mencionado a cada circunstância distinta dos livros. Warren utiliza não só frações de versículos para encaixar a cada assunto levantado por ele sem a devida conexão, em alguns casos, com o conteúdo implícito da história, mas também, evidencia paráfrases ligadas a pessoas das mais diversas personalidades, não pertencentes à retórica cristã.


"Rick Warren também declara, no final do apêndice 3: “ nem sempre citei o verso por inteiro, mas me concentrei na parte mais apropriada. Para isso, segui o exemplo de Jesus, e a forma em que ele e seus apóstolos citavam o Antigo Testamento.” Porém, Jesus e os apóstolos nunca tiraram essas citações da escritura de seu contexto, quando citavam o Antigo Testamento".*

FONTE:http://www.semeandonacoes.com.br


Christiano Lins

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