Verbalize-se!

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ética Cristã



“Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. Mateus 22:37-40
    A palavra Ética vem do grego Ethos (costume, disposição, hábito) e se refere a um conjunto de valores traduzidos como costumes ou práticas que são aprovados por uma cultura. A ética é a ciência da moral ou dos valores e tem a ver com as normas sob as quais o indivíduo e a sociedade vivem. Essas normas podem variar grandemente de uma cultura para outra e dependem da fonte de autoridade que lhes serve de fundamento.
Porque o SENHOR dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento”. Provérbios 2:6
   A ética cristã se traduz na prática do contínuo discernimento de sua moral aplicada. A Moral significa pôr em prática a ética conferida, ou seja, o pleno exercício da ética em seu estado real e circunstancial. Para o cristão só existe um tipo de ética: a palavra de Deus. Nela estão fundamentados todos os valores inerentes ao ser humano diante do usufruto do mundo material e dos animais.
   Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem”.  Salmos 104:13-15
   Dessa forma, todo o valor da ética do ser humano se fundamenta em aplicar um conjunto de conceitos, pertencentes aos atributos concedidos por Deus ao homem de fazer uso de sua capacidade de decisão e conseqüentemente, o uso de sua liberdade. Porém o homem destituiu-se da glória divina, a partir do momento em que desobedeceu a um posicionamento de Deus, no qual, originou-se o pecado por meio do uso deliberado de avaliar aquilo que se deve fazer parte de sua moral, tornado-a assim um conceito relativo à sua própria vontade.
 “Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria. O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada o seu coração. Vindo o ímpio, vem também o desprezo, e com a ignomínia a vergonha.Águas profundas são as palavras da boca do homem, e ribeiro transbordante é a fonte da sabedoria.Não é bom favorecer o ímpio, e com isso, fazer o justo perder a questão”. Provérbios 18:1-5


 
    A partir do momento em que foi incumbido ao homem a manipulação do discernimento do bem e do mal (Gênesis 2:17) e o uso de sua liberdade em aplicá-la, os seus princípios tornaram-se relacionais ao seu estilo de sobrevivência perante um mundo de iniqüidade e sobretudo de contínua transfiguração de seus valores ao longo dos tempos. Tais aspectos resultaram em um método de alcance de sua felicidade por meio de suas conquistas pessoais, contrapondo-se a moralidade de vivermos em prol um dos outros, desfrutando do mundo de forma saudável e favorável a todos os seres vivos. (Romanos1:21-32)

   Desde então, filósofos e existencialistas criam vertentes para um homem conceituado à sua própria intuição:
1.     Antinomismo – Palavra que significa “ausência de normas”, no qual tudo depende das pessoas e das circunstâncias. Jean Paul Sartre, filósofo francês afirmou que o homem é totalmente livre pra fazer de si ‘a própria lei’. É um conceito relativista, cada um age como quiser. Algo que acontecia com o povo de Israel quando estavam desviados, sem líder e sem pastor (Jz17.6 e 21.25). (Pv 14:12), Ec12.13).
2.     Generalismo - Doutrina do qual afirma que se devem haver normas gerais de conduta, mas não universais. A conduta de alguém é supostamente certa ou errada, dependendo de seus resultados. Assim como diz o filósofo italiano Nicolau Maquiavel, “os fins justificam os meios”. ( Jr 1.12b; Mc 13.31).
Além de outras modalidades e expressões seculares como Situacionismo, Absolutismo e Hierarquismo. Estamos falando de todas elas porque o mundo fala muito nelas, porém se baseiam no que mais lhes convém pessoalmente e muitas vezes, nem sequer as cumpre.
 
     Em contrapartida, qualquer busca pela ética cristã segundo preceitos de moralidade pessoal ou alheia a um padrão social, comum a uma determinada facção, pode ser constituído de dois tipos de moralidade relativa: o Legalismo e a Libertinagem.
  • Legalismo: Trata-se de uma postura doutrinária e comportamental que valoriza um sistema de regras como necessário para a salvação ou para o crescimento espiritual. Costuma-se igualar justiça a uma obediência externa, como código de conduta (Colossenses 2:8;16-23).
  • Libertinagem: Trata-se de uma postura comportamental que valoriza um sistema de preferências como necessário para o adorno congregacional, de modo a querer tornar o crescimento espiritual mais suscetível aos padrões de conduta de uma sociedade secular. Costuma-se igualar tendências comportamentais com crescimento. (1 Pedro 4:3, 1Pedro 2:16).
  Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado”. Romanos 14:22-23        
   Portanto, a nossa moralidade deve fazer parte do conteúdo no qual as escrituras priorizam o ser e não o estabelecer. A nossa justiça requer neste caso, o pleno domínio dos fundamentos de Deus, para evitar que nós permaneçamos alheios a um consenso de justiça referente a padrões perecíveis de conduta. (Romanos 6:12-18)



    É fato que a Bíblia narra aspectos contextualizados à realidade de um povo escolhido por Deus em detrimento de uma história marcada por fatos históricos de desobediência, revelações, libertação, restauração, sacrifícios e promessas. Tais acontecimentos definem o propósito de Deus para a humanidade, representada sob a realidade do povo judeu, para que através deles, o mundo pudesse reconhecer o poder de seus desígnios, vigentes a qualquer um que pudesse discernir sua cultura dos preceitos indeléveis de um Criador, perante a sua criação. (1 Co10:31-32)
    Fazendo uso desse conceito, pode-se afirmar que muitas das práticas conferidas nas escrituras dizem respeito a dois tipos de fundamentos:
1.     Parâmetros Circunstanciais: Trata-se de um conjunto de estatutos deixados por Deus que resultaram em fatores relacionados a condições bem definidas. Estão diretamente ligados a uma realidade momentânea. (Levítico12:1-3, Gálatas5:6, Colossenses 3:11) (Ex 20:8-11, Levítico 25:4; Marcos 2:24-28, Mateus12:2-8; Ezequiel 20:19-21)

2.     Parâmetros Atemporais: São os fundamentos deixados por Deus, mediante a fé e consumados pela vinda e sacrifício do Cristo, o Messias. Diz respeito à essência dos valores de um cristão, independente de sua época ou circunstância. (Mateus 24:34-35, Mateus 6:19-21, Salmos 119:160)

  Assim, o cristão como sal da terra e luz do mundo, não só deve ser diferente, mas seu comportamento como cristão deve ser referencial para a sociedade. Mesmo que certos consensos sejam mutáveis diante de condições circunstanciais, a sua atitude deve ser itinerante sob valores imutáveis. (1 Co10:1-13)
 
  Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. 1 Coríntios 10:23

   Portanto todo aquele que estabelece tal ética cristã como estilo de vida, tem a capacidade não só de discernir aquilo que é conveniente, mas tem o poder de instruir os demais, segundos preceitos favoráveis a uma moral adequada ( João 7:23-24, Atos 4:19, Lucas 7:43, Lucas 12:57).

   No entanto, aquele que faz uso do julgamento indevido para estabelecer regras ou avaliações, segundo princípios errôneos, esse sim não possui o direito de levantar críticas ou falso testemunho. (Mateus 7:1-5, 1 Corintios 6:2-5).


2 comentários:

  1. A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

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  2. Esclarecedor!!! Ética é a reflexão, Moral é a ação de cada indivíduo com base na ética estabelecida na Sociedade!! Adorei, meu TCM vai ficar bem melhor depois deste vídeo!!!

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