Verbalize-se!

Verbalize-se!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Cristo, Cristianismo, Crendices e a Nossa Vida

A idéia de religião está na necessidade do homem em se aproximar de Deus

       Desde há algum tempo, a partir de 2010, na qual tive oportunidade de lecionar sobre a Bíblia, tenho pesquisado sobre os contrastes e os efeitos da religião no nosso país e no mundo afora, destacando a relevância dos judeus e o envolvimento da chamada Terra Santa na política mundial. Eu porém, apenas em 2013 quando tive a chance de visitar Israel, foi que descobri, pra minha surpresa, o real significado de se acreditar em algo idealizado por diversas sociedades e culturas diferentes. Entendi de fato o legado que tudo aquilo poderia deixar na história da civilização humana por várias gerações. O curioso é que dá pra encontrar tudo isso apenas em um lugar, Jerusalém, a capital.

       Desde que foi criada em 1948, o Estado de Israel abriga pessoas de várias etnias e crenças diversas, incluindo católicos, ateus, protestantes, cristãos ortodoxos, circassianos (muçulmanos sunitas), budistas, além dos judeus e islâmicos tradicionais habitando ali. Isso foi uma grande revelação para mim, saber que existe a presença de uma diversidade universal em um lugar geograficamente pequeno, comumente vinculado a conflitos políticos e ameaças bélicas constantes, porém de uma grande relevância econômica na tecnologia, turismo e sobretudo entretenimento para qualquer faixa etária ou pessoa com interesses em compras, cultura, história, lazer ou culinária. Um lugar rico em variedades, condenado pela mídia mundial por ideologias supostamente particulares, religiosas e austeras. Quem fala mal do governo israelense, baseado nos noticiários da mídia vendida e tendenciosa, acostumadas a condená-los pelos conflitos com os palestinos, ficaria bastante confuso e indeciso se conhecesse o cotidiano daquele país.



       Assim é a nossa relação com idéias e filosofias particulares que nos direcionam aos conceitos sobre as circunstâncias de um mundo em constante mudanças e alternâncias de valores associados a todos nós. Isso é resultante da grande velocidade de trocas e aquisições de comunicação, reconhecidas popularmente pelo advento da internet e outros utilitários. Os nossos conceitos de comportamento, fé, política e demais atributos estão seriamente submetidos a uma transfiguração na qual estão gerindo em nós não só uma crise essencialista, pois a quantidade de informações que temos acesso hoje, nos exige uma reação cada vez mais rápida, se quisermos ter êxito em nossas escolhas.



       O Messias bíblico, esperado pelos hebreus no Antigo Testamento e o Cristo presenciado pelos judeus e estrangeiros da época, reconhecem a ligação de ambos pela testificação de figuras citadas na Bíblia, como Isaías e Jeremias, 740 anos antes do nascimento de Jesus de Nazaré, creditado pelos cristãos como o verdadeiro Filho de Deus. Entretanto, sua permanência entre nós no meio globalizado é mantida pela figura singela do bom-velhinho, reforçada pela semelhança com o Papai-Noel, por sua generosidade a quem crê nele, no estadista político que poderá solucionar a questão de interesses entre classes ou hostilizada pelo modelo de Alá dos islâmicos, por promover a guerra e a condenação daqueles que não seguirem seus princípios. Com qual visão você mais se identifica?



                               

        Podemos pensar que tais escolhas mudam de acordo com as estações da prosperidade deste século (substituimos até mesmo o algarismo romano do "século  XX" para a era da digitalização do "21"). Aos poucos, nossas sensações de bem estar e felicidade também se desgastam com as primaveras e muitas vezes, encontramos na religião a maneira mais eficaz de dar sentido e sensação para nossos objetivos, renovados por propostas espirituais eternas.




      A crença em Jesus em particular tem arrecadado efeitos muitas vezes contrários, se fizermos uma pequena analogia do que era o Cristianismo ali no Oriente Médio. Hostilizado, depois idolatrado pelo império romano e conceituado pelas idéias de Lutero na Alemanha os seus ensinamentos são resultantes no que tem sido absorvido no Brasil e no planeta. Hoje, com o mercado de trabalho e o cenário nacional político desfavorável, muitos tem adotado crenças baseadas em resoluções de problemas pessoais e curas físicas, sejam próprias ou de entes queridos. Substituímos a pluralidade dos personagens bíblicos, mortos por ideais santos de uma nação para novas gerações, por satisfações íntimas e apenas restritas pelos elementos que estão incluídos no Eu Centro, transformando o evangelho de Jesus Cristo no meu "EGOgelho". Os louvores dos grandes músicos cristãos que há 20 anos atrás, citavam a salvação de todo um povo, hoje proferem a vitória particular de um nicho gospelizado e consumista por uma fé do Personal Jesus (Jesus Pessoal). Tal ideal tem resultado em artistas populares, recém convertidos ao estado de manifestações subjetivas de espiritualidade, polemizando assim a própria sociedade na qual supostamente lhes pertencem, por meio de notícias vinculadas ao seu respeito. Dessa forma, não podemos criminalizá-los individualmente, por ser uma prática coletiva, cultivada por todos os crentes nos últimos anos, usuários do mercado gospel, dispostos a pagarem o preço que for pelos produtos e serviços de seus ídolos musicais e doutrinários.

Essas estatísticas, não se pode ver no Jornal Nacional.






    Se existem conflitos em comunidades em que a igreja se esforça para a satisfação totalitária de um mundo cada vez mais individualista e que cria novos desafios em suas metas, o que falar de um Cristo projetado para o Ocidente, oriundo de um período milenar longínquo e de crenças compiladas no Médio Oriente?  Caso o poder influente de sua fama não atenda os nossos padrões, será que poderíamos substituí-lo por outras religiões que possuem práticas que nos fazem bem, como a Yoga ou pelo exemplo de sucesso dos grandes empreendedores desta era (vide Steve Jobs, Mark Zuckenberg do Facebook), para transmitir o conceito de triunfo para todos e seguir em frente? Saber realmente aquilo em que acreditamos ser o alvo, facilitaria em nossas decisões.

É verdade! Mas, o que significa Religião, Dr House?
               

      O desejo de nossos pais pelo nosso nascimento, por exemplo, é um produto de resoluções, porém somos formados nos dias atuais por um ambiente em constante transferência de comunicação, onde não sabemos os reais propósitos dos quais poderão nos levar a uma satisfação plena e concreta. Se aquele que não sabe o que quer, aceita qualquer opção, o que fazer para escolher a coisa certa em tudo pra toda vida?

Penso, logo insisto. No que você acredita?

    Talvez os populares profissionais de coaching dos dias de hoje, possam resolver dar uma pauta catalogada daquilo que você precisa ser, aprender, agir ou dizer no momento certo num período distinto da sua vida, para depois, descartá-los na lixeira da memória, de acordo com suas prioridades (atenção, nada contra metodologias de liderança!). A questão central é como solucionar aquilo que você quer com aquilo que você precisa...

       



      Nenhum salvador ou messias será de valia pra alguém enquanto não se encontrar a verdadeira finalidade de sua existência, seja honesto consigo mesmo! Não se engane e nem procure em líderes carismáticos ou experientes guias espirituais anônimos, respostas sobre aquilo que cabe somente a você ser revelado por sua própria capacidade racional. Existem experiências baseadas no senso íntimo comum, seja pela racionalidade ou sensibilidade a respostas de uma consciência espiritual universal (pois nem tudo é mistério direcionado a uma pessoa só, diante de inúmeros seres viventes) que podem ser entendidos como a chave de seus propósitos em seu ciclo vital ativo. Tais retornos só dependem de sua visão construída por suas experiências como ser vivo e balanceadas através de como as suas metas irão impactar a você e aos outros em seu redor, sua família, amigos... Será uma trilha marcada por lembranças eternizadas para seus descendentes como modelo ou uma cicatriz de heranças indesejadas? Eis o meu fascínio pelo filme Efeito Borboleta. Saiba de uma coisa: a nossa vida por maior ou menor que possa aparentar a si próprio ou para os outros, nunca é insignificante, nem irrelevante. Um Deus real não seria desonesto em criar seres capazes de produzir fatos irreais.

                               

      O escritor Philip Yancey, engenhosamente, é autor da seguinte questão: "Pode um Todo-Poderoso criar uma pedra na qual Ele mesmo não possa levantar?" É certo que não existe uma resposta definitiva. A sua opinião sobre como seria a sua alternativa pra ela, descreve como você pode entender a existência ou não de um ser eterno e o mundo em que vive. Se a resposta é SIM, o Criador não seria onipotente, o que seria uma contradição. Ou apenas, você seria um conhecedor da religião, pois muitos versículos da Bíblia descrevem que "para Deus, nada é impossível" (vide Mateus 18:14, Lucas 1:37). Se alguém responder NÃO, então conclui-se que Deus não seria tão irreal assim para produzir ações improváveis. Se Ele existe, ele é capaz de criar elementos verdadeiros ao universo, por mais que não se possa enxergar ou notar. Esta é a base do Criacionismo denominado pelos cristãos e do design inteligente, pelos ateus. De qualquer forma, independente da resposta, esse Deus em questão seria provedor de qualquer possibilidade, mesmo que possa parecer o contrário para nós. Esta é a razão de muitos acreditarem em sua presença em nosso meio. Coisas que não se podem ser testificadas por uma fonte documentada, apenas existem em nossa imaginação. Essa é a razão de eu ter deixado de acreditar no agnosticismo. Espero não ter te deixado confuso...


Einstein não descrevia  Deus como produto, mas como origem da ciência.
                                            



   

Nenhum comentário:

Postar um comentário