Verbalize-se!

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Igreja Evangélica S/A ®



“E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.”
Mateus 21:12,13

Naquele tempo o povo de Jerusalém usufruía ilicitamente do espaço físico do templo para se exercer atividades comerciais obtendo fins lucrativos através da venda de mercadorias.

Nos dias de hoje tais práticas mudaram perante o legalismo formalizado daquilo que é “proibido”; mas o intuito mercantilista se conserva em muitos dos estabelecimentos assim chamados “evangélicos”, “cristãos”..etc. A diferença é que no princípio fazia-se uso de mercadorias em prol do lucro pessoal. Hoje em dia a mercadoria em questão são os “fiéis” que são usados em prol do lucro generalizado daqueles que fazem parte do núcleo de um negócio bastante rentável chamada Igreja Evangélica.

Seja ela Pentecostal, “Pentescopal”, Neo-Pentecostal Renovada, Quadrangular, “Poligonal” ou Multiforme, a “Vibe de Cristo” parece não ter fim no meio de uma sociedade cada vez mais direcionada à satisfação da clientela já moralmente vendida pelo consumo em massa.

A natureza humana ama o entretenimento e a satisfação. E muitos indivíduos que possuem carisma podem ler as Páginas Amarelas e mesmo assim cativar as pessoas. Acrescente uma música cuidadosamente selecionada para mexer com as emoções, misturando ritmos conhecidos com uma mensagem superficial e eis ai um combinação poderosa!

Adolf Hitler não declarava ser ministro do evangelho, mas usou táticas similares para garantir a aceitação da maior parte da população cristã da Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Portanto, se você acha que não pode ser enganado e iludido nesse aspecto, a história mostra o contrário! Os pregadores estão usando sermões (se é que podem ser chamados assim) para tocar nas emoções humanas e encantar as multidões. Paz, amor e uma sensação de pertencer são necessidades básicas arraigadas na alma humana. E muitos indivíduos sem escrúpulos estão explorando essas necessidades a fim de manipular as massas. Se você duvida dessa afirmação, basta observar cuidadosamente o conteúdo dos noticiários da TV quando eles, por alguma razão, mostram multidões nas igrejas como parte de sua programação.
Quase sem exceção eles mostram pessoas em situações próximas a um transe, gingando o corpo de acordo com a música e "erguendo as mãos santas em adoração". Essas multidões encontram-se emocionalmente energizadas por um pacote de sermão e música cuidadosamente preparados para alcançar um resultado esperado. O efeito é persuasivo, pois as pessoas querem mais e mais dessa sensação e sentem um vazio quando não recebem sua carga emocional semanal.

As atividades supostamente de “edificação” do Corpo de Cristo em forma de seminários e acampamentos muitas vezes se tornam um escopo prático de se embutir no consciente uma forma de “mudança de vida” empacotada e instantânea daqueles que não se sujeitam a VIVER o cristianismo ao invés de sentir em forma de aglomerações sociais que resultam em meramente a eventuais momentos de socialidade de modo que ao fim de cada um desses eventos a sua natureza consumista continua intacta e insaciável.

O mais grave é que na religião do consumo não escapa nem o consumo da religião. Dentro desse conceito consumista, novas "igrejas" surgiram e surgem a cada dia se apresentando como um remédio miraculoso, capaz de aliviar dores e angústias, como se fossem um comprimido que podem ser adquirido em seus "shopping centers da fé". Suas publicidades e também seus "cultos" são dirigidos para "garantir" prosperidade e alegria a seus fiéis.
Enquanto isso, "Eles tem fome e não lhe dão de comer" (Mateus 25, 31-40). Eles necessitam da verdadeira mensagem que pode dar sentido a suas pobres vidas, eles necessitam de comida... eles precisam de JESUS, o CRISTO... Nesse embalo da "religião do deus consumo" os cultos são programados não para serem adoração em Espírito e em Verdade, mas para serem consumidos como entretenimento. O espírito de adorador é substituído pelo consumidor, a decência e ordem é substituída pelo atrativo das multidões, pela catarse, pela hipnose de massa. A ajuda do alto é trocada pela auto-ajuda.

Sem nenhuma dúvida a Igreja é um projeto idealizado por Cristo aos homens, o elo de uma vida de comunhão e santidade que nos direciona a instrução daquilo que é perfeito e agradável a Deus por meio daqueles que se sujeitam a andar segundo um estilo de vida avulso ao mundo modernizado.

Uma igreja saudável é refinada e produz frutos a partir da reciclagem do caráter das pessoas (visto que somos todos enfermos no pecado individualmente) reproduzindo-se e expandindo conforme as circunstâncias exatas e não se resultam em estabelecimentos de conveniência e muito menos em “Mega-Departamentos Institucionais da Fé”..

“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo.” Atos 9:31

Andemos em consciência e racionalidade fazendo bom uso de nossa autonomia como verdadeiros cristãos!

Christiano Lins

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